Paz e bem! Queridas (e sempre lembradas) Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria Auxiliadora!
Em 2024, as Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria Auxiliadora celebrarão o Centenário da Páscoa Eterna de Santa Maria Bernarda. A
Congregação, nos festejos preparatórios para celebrar este grande evento, a exemplo de sua Fundadora, abriu as portas – mais uma vez – para as comunidades e para todos aqueles que, por intercessão de Santa Maria Bernarda, trilham o caminho para chegar mais rápido ao Coração de Jesus. Nesse pensar, as irmãs da Fraternidade do Centro de Formação Santa Maria Bernarda, de Ceilândia-DF, na pessoa da Ir. Natália Evangelista de Andrade, solicitaram que eu escrevesse um pequeno testemunho de vida relacionado ao significado e, principalmente, à presença constante de Santa Maria Bernarda Bütler em minha vida.
Meu nome é Ruth Aparecida Viana da Silva. Sou casada, mãe de dois filhos, e, atualmente, moro em Trindade, no estado de Goiás/BR, conhecida como a Capital da Fé e Terra da Romaria ao Divino Pai Eterno. Tive a honra e a Graça de ter participado da vida desta Congregação no período em que fui consagrada como membro desta Família Religiosa. Mesmo deixando a Vida Religiosa, Santa Maria Bernarda nunca saiu da minha vida, assim como todas as irmãs que conheci ou com as quais convivi. Todas me ensinaram muito e contribuíram para que eu
pudesse ser quem eu sou atualmente. Sempre serei eternamente grata por tudo o que aprendi, por tudo o que me ensinaram e, principalmente, pela experiência da Vida Franciscana a partir da ótica de Santa Maria Bernarda Bütler.
“Meu viver é o Evangelho” continua sendo um lema para mim, seja na vivência familiar ou no trabalho e na vida como um todo. Acredito que o legado de “Operária do Reino” deve ser praticado em todos os espaços de convivência, pelas ações e pelo testemunho silencioso. Esse diferencial aprendido na Congregação acaba sendo percebido pelas pessoas, seja na convivência do dia a dia, no ambiente do trabalho (alunos e alunas, pessoas com funções menos reconhecidas socialmente, pessoas que exercem cargos de chefia) ou por aqueles e aquelas que
passam pela minha vida. A dignidade da pessoa vista e vivenciada pelo Carisma Franciscano.
Remeter-me a Santa Maria Bernarda, pela novena, é algo que faz parte da minha vida. Para mim, a novena dela virou oração diária. Sempre admirei demais a força e a garra de Bernarda Bütler – uma mulher de fibra que rompeu padrões estabelecidos socialmente para as mulheres da época em que ela vivia. Quando eu estava na Congregação e nasceu minha irmã, ela recebeu o nome de Verena por causa dela.
No ano de 2023, mais do que nunca, a presença de Santa Maria Bernarda foi extremamente importante para mim. Precisamente na Quinta-Feira Santa, dia 06 de abril de 2023, fui internada. O diagnóstico foi bem categórico: a doença autoimune que atacou o meu fígado exigia um transplante ou, então, morrer em pouco tempo. O baque sempre é grande, principalmente para a família (esposo, filha, filho e família em geral). No mesmo dia, comecei a fazer a novena pedindo a intercessão de Santa Maria Bernarda pela minha saúde. O fígado precisava ser
transplantado e não poderia ser um transplante intervivos. E o meu corpo precisava reagir às medicações para aguentar o tempo de espera na fila do Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil. A doutora que me acompanhava e fez o
encaminhamento para a equipe do transplante, que seria em outra cidade, sempre se mostrou uma pessoa de fé para mim. Eu sempre tive a certeza de que Nossa Senhora Aparecida, São Francisco e Santa Maria Bernarda estavam me acompanhando. Fiz todos os exames pré-operatórios e entrei na fila do transplante. Foram 33 dias de espera, permanecendo entre os três primeiros da fila, haja vista a gravidade em que me encontrava. Fazia a novena a Santa Maria Bernarda todos os dias, de hora em hora. Tenho a relíquia dela em minha carteira desde o tempo da Congregação. E nunca foi retirada. Continua sempre comigo. No dia 8 de setembro de 2023, Dia da Natividade de Nossa Senhora, fiz o transplante.
Não sei de quem recebi o órgão transplantado, mas, agradeço a Deus todos os dias pelo gesto de Amor e Bondade da família que doou o órgão de alguém querido para que eu pudesse continuar vivendo.
Creio firmemente na intercessão de Santa Maria Bernarda neste processo, porque ela sempre me acompanhou em todos os momentos da minha vida. Por isso, o primeiro lugar que visitei, depois que saí do hospital, foi o Centro de Formação Santa Maria Bernarda, em Ceilândia-DF. Fui até a Capela para agradecer a Deus pela intercessão dela nessa caminhada. Encontro-me em processo de recuperação, mas, já estou em casa e, aos poucos, a vida vai voltando ao normal.
Por fim, quero dizer que chorei de emoção ao saber que as Irmãs estavam rezando por mim também, ou melhor, sempre rezaram por mim e pela minha família. Mas, nesse período de pré e pós-transplante, fiquei muito feliz em saber que colocaram meu nome no sacrário. Tenho certeza de que este gesto contribuiu para o sucesso do transplante e está contribuindo na minha recuperação também.
Mais uma vez, sou e serei eternamente grata a vocês.
Que Santa Maria Bernarda continue intercedendo pela vida das pessoas, para que elas também sejam testemunhas de Vida e de Esperança, pois nosso mundo precisa disso.
Por: Ruth Aparecida Viana da Silva (Doutora em Educação e Professora da Rede Federal no Instituto Federal Goiano)