Cartagena, 22 de maio de 1913

Ave Maria!

Em Jesus, amadas Filhas.

Foge veloz o tempo e seria, portanto, falta imperdoável, despreocupar-nos da eternidade. Façamos o bem enquanto for dia. De quantas riquezas nos privam nossas corrompidas tendências e nossas covardias na prática da humildade, virtude altamente personalizante, desde que praticada espontânea e generosamente. Pelo contrário quando nos escravizam pela soberba e a egolatria e como nos expõe à perda de nossa vocação.

Com efeito:

– Tornam-nos incapazes da obediência cristiforme e libertadora.

– Provocam em nós críticas e juízos duros e falsos.

– Arrastam-nos de queda em queda e de amargura em amargura.

Não me refiro às fraquezas próprias de nossa natureza débil. Estas, suportadas com paciência e humildade antes nos amadurecerem. Refiro-me, sim, à Vida Religiosa negligente, levada pelas tendências naturais, sem controle e sem motivações sobrenaturais. Seu passo final será, infalivelmente, a deserção mais lamentável da própria vocação e a cooperação na perda de outras. Perdoai-me a dureza desta linguagem, que provém duma sagrada obrigação.

Temo, ao observar irmãs não empenhadas na luta pela autossuperação. Temo porque antevejo sua incapacidade de preservar na vocação. Rogo, pois, e suplico às RESPONSÁVEIS, que admoestem e orientem com Caridade aquelas irmãs cuja vocação periclita por falta de fervor religioso.

Oremos muito umas pelas outras.

Com MARIA Mãe de Deus, vos saúda a vossa Madre.

Maria Bernarda do Sagrado Coração de MARIA.

(Cartas de Espiritualidade nº 1)

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