“Bem-aventurados os pacíficos porque serão chamados filhos de deus”, disse um dia o Salvador. Isto nos lembra que devemos praticar fiel, seria e sinceramente a santa e mútua CARIDADE para que a união e a paz não sejam perturbadas entre nós. Entramos na vida religiosa com diversas tendências, como: nosso temperamento e inclinações. É justamente isso que dá tantas oportunidades para praticarmos a paciência quase ininterruptamente.
Como nós ingressamos, assim ingressaram todas as demais depois de nós, e essa prova de PACIÊNCIA permanece para toda a vida. Isso não deve entristecer, nem assustar. Muito menos desanimar. Se neste campo há muito que lutar, recordemos que também justamente aqui, aparecem, os mais belos frutos e vitórias.
Pelas citações da sagrada eucaristia, sabemos muito bem quanto deus ama a virtude do SANTO AMOR MÚTUO. É certo que, de preferência, gosta de estar nas almas e nas comunidades religiosas onde se cultiva, com todo zelo, esta santa virtude. Assim deve ser: uma carregue o fardo da outra. Isto quer dizer que “uma tenha paciência com a outra nas suas fraquezas, tendências, falhas e caráter. A cada uma deve bastar quando vê que a outra se esforça para melhorar. O que está tão intimamente unido à nossa natureza e gostos, exige esforço, contínuo até que apareça um outro EU, conforme a imagem de Cristo.
Queridas irmãs, não esqueçais que deveis praticar a verdadeira CARIDADE FRATERNA com uma paciência a toda prova. Onde houver falhas ali estão os superiores para admoestar e penitenciar devidamente.
Podeis com toda CARIDADE, chamar a atenção de uma querida Irmã – o que é bom e é um verdadeiro ato de CARIDADE. Se a irmã não se importar disso ou mal vos der ouvido, dizei-o, então à superiora para que ela providencie convenientemente.
Uma coisa desejo que floresça em todas as casas: UM SINCERO E CORDIAL RELACIONAMENTO. Quanto instituiu também São Francisco de Sales nesta espécie de caridade entre as visitandinas! Não tomo como sinal de bom espírito, se numa comunidade o RELACIONAMENTO MÚTUO for algo seco ou frio. Como poderia o santo Amor de Deus viver nestas almas?
Num livro espiritual se Le como os vizinhos da sagrada família em Nazaré diziam, quando sofriam ou estavam tristes: “Vinde, vamos à BONDADE”. Vede como é grande e santo Deus em forma humana, se revestiu, por assim dizer, da “BONDADE” como de um vestido, para conquistar os homens para que aprendessem a amá-lo e segui-lo.
Todas juntas façamos uma VERDADEIRA INICIAÇÃO na escola da CARIDADE! Rezemos umas pelas outras.
Saúda-vos cordialmente, pela santa mãe de Deus, Maria, vossa mãe que vos ama.
Maria Bernarda do Sagrado Coração de MARIA
Cartas de Espiritualidade nº 1