Cartagena, 13 de novembro de 1913

Ave Maria!

Em Jesus, amadas Filhas

Bem sabeis que uma Vida Missionária não pode coadunar-se com a clausura do Papal. Em seu lugar, guardaremos uma clausura adapta às nossas condições atuais. Por exemplo:

  • Sairemos de casa quando necessidades estritas o exigirem;
  • Se possível sairemos acompanhadas mesmo nas viagens mais longas, embora importe em maiores gastos;
  • Não exigiremos lugares de veraneio, mudança de clima, etc., sem uma necessidade especial. Procuremos nossos descansos nas casas da Congregação. Não esquecemos as Superioras de providenciar devidamente a esta necessidade. Contudo, lembrai-vos que os melhores ares para uma religiosa são os ares do Convento, muito embora convenha à saúde algo diferente.

Quero que as minhas filhas gravem em letras de ouro estas palavras: “Nada quero ver, senão o que é de minha obrigação. Nem quero ser vista, senão por AQUELE que recebeu os votos do meu amor”. Feliz a religiosa que em seu pensar falar e agir, somente procura a gloria de Deus.

Irmãs, nossa CLAUSURA EXTERIOR é a casa religiosa, a escola, a enfermaria ou qualquer outro lugar de nosso apostolado. Nossa CLAUSURA INTERIOR é nossa alma, onde mora a SANTÍSSIMA TRINDADE pela graça santificante. Conscientizando-nos desta feliz presença. Dialoguemos com este DEUS EM NOS. Amemo-lo e peçamos sua ajuda. É relativamente fácil o acesso a este santuário interior. Permanece, porém, fechado às almas superficiais que querem tudo ver e saber.

Filhas minhas, praticai o recolhimento interior para perceber a presença da TRINDADE. Controlai, com prazer, vossos sentidos e preferi a intimidade do DIVINO HOSPEDE. Esse é na verdade, o procedimento digno da alma consagrada. Assim vos converteis em Filhas de Luz e precioso ornamento de nossa Madre Igreja. Coragem, pois e fazei por construir este SANTUÁRIO INTERIOR, do qual hão de emanar as bênçãos celestes para o mundo.

Adeus. Saúda-vos por Maria, a Mãe de Deus, vossa Madre que vos ama,

Maria Bernarda do Sagrado Coração de MARIA

Cartas de Espiritualidade nº 1

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